A cada número que muda no visor do relógio, algo estremece dentro de mim, o amargo da ansiedade me sobe à boca, as lágrimas acotovelam-se nos cantos dos olhos. Mil coisas passam por dentro da minha mente, mil explicações para cada chamada não atendida, mil tormentos de felicidade e pavor. Penso nos versos inacabados, nos contos não terminados, nos desenhos à lápis, em todas as coisas - e são tantas - que vão se acumulando na seção de "não finalizados" da minha vida. Não queria mais uma. Não preciso de mais uma.
Tantas são as incertezas do meu sobreviver que não sei mais para onde olhar, aonde ir... talvez a imobilidade e a prostração perante o amanhã sejam o destino pelo qual devo esperar, pelo qual não preciso lutar.
Tento continuar, mas não consigo, tamanho é o poder do jugo que me foi imposto.

Quanto ar é preciso para me sufocar?


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