Os dias estão passando, mas eu continuo adiando todas as decisões, todos os momentos importantes, atropelando cada uma das oportunidades. Minto que 'de hoje não passa', mas quando vejo acabo deixando para amanhã, esmagada pelo meu medo. Por que não posso ser egocêntrica um pouco, mandar o resto à m****, agir de acordo com o meu coração e só? Algo bloqueia minha mente, algo palpável e delicioso como o mais sublime suspiro de vida que brota dessa terra ressequida que me compõe. Que dramática eu sou. Mas poderia jurar que não é por escolha própria.

Bah. I like to me despised.

Um extra: vamos parar de falar só da minha loucura
Ha, e não é que eu vi hoje o tal livro do Jean não-sei-das-quantas, o vencedor do Big Brother Brasil 5? Dizem também que ele vai escrever uma novela pra Globo (!) OMG. OMG. OMG. Onde vamos parar... não conheço ele, não sei se ele tem talento ou não, mas... a pior impressão foi a que ficou. O livro (sobre o Big Brother... tem assunto?) tem vários trechos de poemas no maior naipe de: "olha como eu sou intelectual espertão e leio poesia (todas as mais manjadas e cliches possíveis... aquelas que qualquer analfabeto sabe de cor)". Afe. Detesto gente metida a cult/intelectualóide/coisa-do-gênero. E pior ainda metidos a escritor.
Resumo: esse trecho que não era pra falar de mim acho que expressa mais do que tudo a minha própria frustração.


Eu sempre acabava no blog dele. Agora no flog. E no dela também. E essa gente desconhecida que me conhece insiste em não sumir da minha vida, embora nunca tenham estado realmente nela. Eu sempre achei que ele não fosse com a minha cara, apesar disso não ser uma certeza... engraçado, pois essa não é uma coisa que eu costumo ficar em dúvida, mas tenho que admitir que umas duas ou três pessoas muito especiais (não necessariamente enigmáticas, mas não excludentemente (!) enigmáticas) conseguem esse efeito. Odeio essas pessoas com a mesma intensidade que as amo, mas digo: espelhos me dão medo.
Estou sufocada com esses pensamentos e sensações. Sufocada nesse mar de perguntas sem respostas (que cliche...), essa maré permanentemente alta. Gostaria de não saber nadar, seria mais fácil viver (paradoxo... mas acho que deu pra entender). Estou triste, com pulmões cheios de alga densa e salgada, a traquéia atrofiada, a respiração asmática como o chiado daqueles que estão em agonia (final?). E as palavras que não devem ser lidas queimam em algum lugar dentro de mim aos gritos insanos dos esquecidos. Que adianta? Que adianta? Não há reposta novamente, são apenas ondas que nunca retornam, viagens de ida em trens úmidos que serpenteiam por encostas e vales. Juro que se tivesse tempo desenharia o trem que descarrila em meus sonhos diários. Ou pra que mentir que são só sonhos.

Sabemos da verdade.
Mas se contarmos uma mentira
Por cem, mil vezes
Talvez
Não saibamos mais o que é verdade ou
Mentira

Me tira daqui. Erro. Sintático. Desejo. Acerto.

Tantas coisas podem querer dizer as palavras que esse post na verdade é dez. cem, mil. Fico encantada em como é possível falar tanta coisa em uma quantidade enorme de nada. O sentido fica por conta de quem tem tido razão, porque aqui eu decidi que o que valem são os devaneios. walking above the clouds...

heaven is in your eyes. i've found it.

Acho que a partir daqui são só reticências e murmúrios sobre os erros que vou cometer.
Preciso me desconectar.


Sorte no jogo. Azar no amor.
Devo eu acreditar nisso?

Enquanto estou aqui as gaivotas finalmente alçam vôo para o lugar que nao existe. Por muito tempo fui Rae, e ainda sou, de certa forma, mas em alguma parte do meu cérebro eu aprendi a lição. Mesmo que separados, mesmo de distantes, mesmo que invisíveis, os laços nunca se partem. Esse lugar distante não existe, e é por isso que estou tentando me tranqüilizar.



Como pode existir alguém tão covarde, tão insensível, tão vazio e tão cheio de si? Não há explicação para o inexplicável, mas mesmo assim eu continuo a busca, pois ela é o propulsor de algo que está se extingüindo aqui.
O nó persiste, não importa o quanto eu grite. Ele ignora os meus esforços, continua me estrangulando aos poucos, me intoxicando lentamente, a dor que cresce de dentro pra fora e que nunca sai. Nunca sai.
E de novo eu estou aqui, rodando sem sair do lugar, desenhando as espirais infinitas. Isso é compulsivo. Não estou tentando ser coerente, não se preocupe com isso. Lógica é algo que já foi superado aqui, isso não funciona nesse blog. Você pode escolher, ou coloca sua máscara de oxigênio e espera pra ver ou usa as saídas de emergência nas laterais.
Eu nem sei mais se continuo a prometer as coisas para mim mesma, porque o que eu mais tenho feito ultimamente é ir contra tudo o que eu falei há minutos atrás. Acho que lutar contra minha persistência em errar é inútil, a partir de agora vou meter a cabeça na parece de propósito (até rachar). Olha aí as promessas disfarçadas que não serão cumpridas apesar de merecerem ser.
Já tomou sua capsula de cloridrato de fluoxetina hoje? Então pára de ler asneira e vai fazer isso. Com saúde não se brinca.
Rídiculo é eu ficar me enganando com palavras bonitas. Transformando bile em letra. Acho que eu faço isso pelo puro prazer de sujar a tela tão branca do meu Notepad, branco incomoda. Vazio incomoda. Nada incomoda nada.
Impressionante como ninguém escreve nada que presta em blog. Fico entrando nesses 'mais visitados' e sinceramente... que lixo... Me pergunto se alguém realmente já escreveu um blog bom (não, o meu já está fora dessa briga desde o seu primeiro post, quando ainda era um filho do weblogger), porque eu nunca li um que me chamasse a atenção. Talvez os escritores usem máscaras de burrice em seus blogs. Ou talvez não escrevam blogs, eles têm livros pra escrever. Enquanto eu não tenho o meu, fico nessa vida. Que pretensão.
Estou me acalmando agora (mentira, minha perna ainda está se debatendo histéricamente contra a cadeira), mas eu finjo que estou. Finjo que aquele pedaço de bolo que comi há uma hora alterou alguma quimíca (estou com a química alterada, como diz a garota de América que eu não sei o nome) secreta no meu organismo. Ah, fingir é tão bom. Tão bom que me dá vontade de vomitar.
...
Voltei. Foi bom me libertar do que me consumia, mesmo sabendo que isso não passa de uma criação do meu consciente que simula um inconsciente cansado. Olha só ele se manifestando em palavras profundamente vazias novamente. Porque se Paulo Coelho é aclamado eu posso dizer qualquer coisa sem me sentir patética. Não só eu. Você também. Junte-se à turminha.
Eu acho que eu tenho problema mental isso sim. Tinha uma história que pobrema é o seu e poblema é dos outros, mas isso não vem ao caso quando a ênfase é em *mental*. Mais um produto mentolado trazido diretamente da Birmânia Oriental pra você. Estou com idéia fixa na Birmânia Oriental há uma semana. Se existe isso é outra história.
E só pra concluir... acho que gosto de sofrer até em sonho... porque outro dia eu estava tendo um sonho horrível de conteúdo inconfessável e eu acordava e ficava bem quietinha para dormir de novo e voltar a sonhar. E voltava. E sofria. E me angustiava. E isso é doença.
Mais de meia hora escrevendo e ainda não consegui entender como pode haver alguém tão corajoso, sensível, profundo e humilde!


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