Amizade é uma coisa complexa. Muito mais do que o amor romântico ou a paixão arrebatadora, pois esses tem regras tão mais discutidas e claras. Já quando estamos "entre amigos" esse jogo fica bem mais nebuloso, é um terreno onde tudo é permitido e pode ser superado em prol da construção dessa amizade. Acho que o principal motivo disso é que as coisas ruins entre amigos, as brigas, os rompimentos, tudo isso é muito mais aceitável e serve inclusive para reforçar a amizade - sem aquele cunho brega que as retomadas tem em um relacionamento romântico. As grandes brigas e os tempos separados fazem parte dos grandes amigos.

O problema é que, com isso, começamos a perdoar tudo, a relevar tudo, a deixar tudo passar, acreditar que a amizade é verdadeira e vence tudo e... e quando vamos nos dar conta tanto tempo foi investido e desperdiçado em um relacionamento que, como qualquer outro, estava fadado ao fracasso.

Acho sim que ser amigo é acima de tudo aceitar o outro a amá-lo exatamente como ele é, mesmo que não suporte algum de seus defeitos. Mas a balança tem que sair positiva. Tem que ter algo em troca. E às vezes a gente não vê que esse algo em troca não está vindo. Nunca vem. Nunca.

Nesses momentos o que resta é cortar e aceitar que nunca foi amizade, apenas um coleguismo fugaz de repartição.



Reflexões de fim de ano:

- É perigoso tocar nas pessoas. A distância você nunca conhece ninguém, mas depois que a pele encosta... aiai
- Às vezes tomar as decisões certas magoa o ego
- Aquela adolescente das mais bestas está sempre escondida... daquelas que sofre na mão dos caras mais cafas e acorda pedindo mais
- Tem algumas coisas que não aguento mais e vou me esforçar muito para mudar em 2014.
- Pão e carne junto é bom demais e quem come se lambuza. Quem não come se corta de inveja
- Como lidar com tanta saudade por tanto tempo?




Mais um ciclo começa. Tenho várias perspectivas e todas são ruins. Finalmente tendo que enfrentar o medo, parar de ignorar os sofrimentos e somatizações. Não sei o que vai sair disso, mas me tira o sono. Todas as noites. Todas as noites um grito. Por vezes igual, por vezes diferente. Revisitei lugares do passado e vi o quanto perdi. Conexões foram para sempre cortadas.
Doeu.
Dói agora mesmo.
Ansiedades tantas de falhar novamente. De não conseguir te fazer sorrir como queria.
Tive que falar alguns nãos e dar uns gritos hoje.
Foi triste.
É.


Não sei se essa dor vai se curar. Não sei se vou voltar ao que era antes, mas hoje a única resposta é não. Desde então a vida está úmida. Desde então o peso da culpa de tantas coisas ressurgiu e somente vejo a roda do karma virando em minha direção. Eu e minhas crenças. Eu e tudo que veio antes, que veio sem querer, que foi basicamente um grito desesperado de alguém que não suportava mais. Tantos foram os momentos justificados e gerados por situações que, feliz ou infelizmente, o destino resolveu por si só (com uma pequena ajuda).

Por que tudo se repete? Por que as esperanças criadas novamente são pisoteadas? Por que permitir que eu me libertasse para me condenar novamente ao cárcere?

Teve uma jogada que não previ. Ou previ, mas ignorei. Acreditei que não iria mais acontecer.

Fechar os olhos para continuar. Calar o choro. Amortecer a dor.

Repetição.

Vida.




Toda semana eu nado.
Nado em direção à superfície, com toda a força que resta nos músculos, arfando em desespero.
A pressão contrária é forte e opressora. Em todos esses dias penso em finalmente relaxar, me deixar levar pela correnteza, imergindo mais e afundando completamente nesse mundo de vazio e escuridão.


Nesse turbilhão de emoções algumas pessoas vão ficando desgovernadas. E assim, errantes, acabam por baterem sua vida na vida dos outros. Acidentes tristes, difíceis, que ferem mais do que quem está de fora pode imaginar. Algumas trombam sem querer, outras cometem reais atentados, mas em comum todas estragam dias inteiros que estavam apenas tentando acabar em paz.






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