eu só não queria passar 10 anos me fazendo desentender
mas pelo meu histórico, seria pouco tempo. o tempo para mim passa diferente, devagar mesmo que todos não parem de comentar o quando o ano correu.
corrida nada. anda com a delicadeza de uma vovó.
e nesse caminhar lento deu pra conversar tanto na estrada, saber o que se passava, ouvir palavras doces e amargas.
então eu fico lembrando e entendo como 10 anos... não são nada.
comecei a pensar em 23-10 e senti o peso do passar lento dos anos. não tinha percebido.
10 anos de amor.

acho que se eu fosse mais sentimentalóide eu teria reparado antes. mas só pensei agora ao ver aquele blog lá.

há 10 anos, durou tão pouco. 10 meses ? menos.
e a culpa foi toda minha porque podia ser muito bem 10 anos completos agora.

depois passou um tempo. 100 anos, eu acho. não sou sentimentalóide mais sei viver com intensidade cada momento de prazer ou espera.

daí acabamos nos encontrando. e eu tirei a desforra dos 100 anos de espera. me deixei aprender e viver muito. 24x7. mas sempre escondido porque eu não queria o ônus dessas lições da vida.
e por não querer o ônus, um dia o bônus parou de existir.
mas eu sei, a culpa foi toda minha, porque podia ser muito bem 6 anos completos agora.

depois passaram mais muitos anos e nesses sim eu descobri quase tudo o que restava. era difícil me desafiar. era difícil para mim participar das mesmas brincadeiras. ou eu me expunha demais (dessa vez a culpa não era minha) ou eu tinha que mentir.

confesso que passei um tempo calada. um tempo no submundo. um tempo em que o anonimato fazia a felicidade.

mas daí que as coisas mudaram num determinado meio de ano. uma nova fase desse grande videogame. e eu saí das sombras para a luz: vibrante, radiante - mas ainda com muitas camadas a percorrer antes de tocar o centro.

dias e anos passaram então e no meio dessa confusão encontrei-me com minha alma.
e estou sem ela até agora.

10 anos de amor.


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