Hoje venci, mas o amanhã é tão inconstante como a posição das dunas no deserto. Ademais, ainda tento entender quem foi que derrotei: a mim ou a outrem? Parece-me que cada vez mais luto com meus próprios demônios. Quando digo que ganhei, na verdade, sobra-me apenas um sentimento amargo dizendo que perdi.
As palavras são tão áridas que ainda sinto minha boca como uma região que há muito não sente o sabor doce do mel, a umidade quente dos trópicos. Por um momento, único, o tempo pára - e eu desperdiço novamente a oportunidade de ser sob a desculpa medíocre da vitória. Talvez eu devesse apenas me deixar levar pela corrente que não tem fim ou começo, só continuidade. Contudo, que sucesso tive com minhas perdas? Que sucesso tive quando meu orgulho foi sufocado e quando perdi cada luta por um ideal maior? Nenhum. Essa é a resposta que não quero ouvir, mas que insisto em pronunciar.
Mais uma vez estou aqui, e mais uma vez só, e mais uma vez a lamentar, e mais uma vez sem sequer um caminho tenebroso a seguir..


Tecnologia do Blogger.