Acabou abril. Acabou triste e solitário como começou e acredito que poucas vezes me senti tão derrotada pelos acontecimentos. Abril me trouxe muitas lembranças e desejos, mas saio do mês levando apenas destroços do que um dia existiu.
Abril me mostrou o quanto as coisas são efêmeras e como os relacionamentos se desfazem e terminam em brumas. Me mostrou as lutas em vão que participei em outros tempos. Me mostrou que amizades se provam com o tempo.

De uma certa forma já sabia.

O que acontece é que abril me tirou o benefício da dúvida e o resto de esperança. Acontece que me presenteou no lugar de flores com um espinheiro morto.



Eu gostaria que fosse uma regra geral, mas isso que estava matutando no post abaixo não se aplica a todas as pessoas.

Ainda assim, há uma grande gama de gente que simplesmente desaparece assim que você se desapega. É difícil perceber isso porque desapego dói. Dá uma sensação de perda e solidão tamanha que a gente desiste no meio do processo e volta a se apegar de novo.

Contudo, se a coragem for grande para ir até o final, a gente percebe que a maioria das pessoas se vai, assim suave como uma brisa passageira. Eis que então você ganha um tempo livre na ausência de tantos fantasmas e fica pensando se não era uma ilusão a existência anterior dessa gente. Sim, porque dado que os vínculos se quebraram, os acontecimentos anteriores se parecem frágeis como névoa. E dissipam.

Eu sei que vivo a solidão de uma forma muito intensa. Dificilmente fujo das suas garras ou evito seu olhar. E o desapego das pessoas só agrava essa situação. Só que cheguei a conclusão que - para mim - sofrer pela ausência de abraços é mais digno e suave que sofrer por abraços frios. Então a escolha de exercitar o desapego.

Mas sou amadora ainda. Quanto maior a dor sofrida, mais difícil o desapego é...






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