Perder-me em mim mesma é o meu hábito favorito. Encontrar meus pesadelos no parque, saímos para passear de mãos dadas. Temos uma conversa franca sobre meu orgulho imaculado, intocado por tantas tempestades e que só eu mesma consigo desbancar e pisotear como alguém que busca sempre pelas algemas na cabeceira da cama. Trocamos olhares de desgosto ao tomar um cálice de nada. Palavras são o que me restam, para que eu possa usá-las sempre da pior maneira possível, seja instantânea ou retardadamente. Que posso fazer contra mim? Embaixo da cama ainda estão os grandes olhos de coruja em filme de terror, fitando o meu desprezo, desleixo em existir.
Toca-se a vida para que ela não te toque.
Saudade
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Há tempos não passo por aqui para escrever. Muito por falta de tempo – já
contei que desde 2023 eu sou servidora pública? – pouco por não ter o que
dizer. ...
Há 4 semanas
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