Carta a um amor imaginário
Ei, você, que reside em seu santuário inatingível,
Preciso que venha aqui. Quando a realidade é áspera e me fere é a você que peço ajuda, em seus braços que me aninho e peço calada por socorro.
O bom da nossa comunicação é que não precisa ser dita,
não fere orgulhos.
Se um dia o fiz tangente, perdi a receita. Hoje está cada vez mais etéreo.
Ainda assim aguenta minhas lágrimas sofridas e meus gritos solitários.
Às vezes sinto sua presença na cama, sorrindo ao meu lado e dentro de mim,
daquele jeito que sim, só você sabe fazer. O jeito que eu desejei e inventei para sua face.
A língua que ensinei para o seu corpo.
Em outros dias tenho certeza que o perdi, embora esteja em mim e me pertença.
Gosto de você pela sua perfeição, criado à sombra e imagem da minha própria presunção.
Não tente escapar das minhas demandas, por mais impossíveis que elas pareçam: você é minha cria.
Talvez por isso o amei quando você encarnou para me satisfazer, tomando corpo, alma e sangue.
Criando vínculos eternos graças a essa transgressão da linha do que é real. Me fazendo também imaginária.
Agora que estou novamente abandonada, sinto saudades e lamento sua partida, embora ainda tente o alcançar aí dentro de mim.
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