Eu sou uma pessoa atéia. Cética e chata, totalmente sem-sal em minhas crenças. Todos (ou quase) sabem disso e eu, mais que todos, tenho certeza de como me sinto em relação a todas as conversas de divindade, sorte e magias.

Mas eu tenho um ponto fraco. Se chama tarô.

Desde criança eu me interessei por esse jogo místico e, com a idade, fui aprendendo e melhorando meu conhecimento sobre as cartas, significados e leituras. Nunca foi minha intenção me tornar taróloga ou coisa que o valha, mas digamos que sou uma amadora experiente. Há muitos e muitos anos, sempre que algo importante ou decisivo acontece na minha vida ou quando tenho dúvidas sobre alguma situação importante, nenhum amigo é mais meu amigo que o tarô.

Tenho um baralho de arcanos maiores do tipo do Tarô de Marselha que já está até velhinho, mas não abro mão dele. Geralmente faço leituras simples, de 5 cartas, mas eventualmente quando quero uma confirmação ou leitura mais profunda, abro para o jogo de 10 cartas.

Nunca fiz jogos para outras pessoas, acho invasivo. Para mim é invasivo, pois nunca, em nenhuma das minhas leituras, o tarô foi meu amigo ou me apresentou o "que eu queria ouvir". Pelo contrario, sempre foi de certa forma carrasco, me mostrando de forma clara e crua exatamente coisas que eu já sabia e estava tentando não ver.

É por isso que, em momentos como esse, eu abro o tarô. Fiz dois jogos hoje, agora. O que ouvi das cartas foi duro. Mostrou claramente minha presunção e egoísmo perante a situação. Trouxe um nó na garganta que não quer sair.

Agora, como boa escorpiana teimosa (meu segundo e último vício, astrologia) eu me pergunto: vou continuar no caminho errado pra satisfazer meu sadismo ou ouvir o que o jogo me disse?


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