Eu sou meio marinheira. De navegar sem bússola olhando as estrelas... e encontrar ilhas peridas.
Eu tenho um imã interno. Entre histórias e sentimentos de outros encontro meus iguais dentre o mundo enorme do desconhecido.
Eles gritam as minhas dores. Suspiram a minha voz. Contam a minha história.
Eu não me exponho porque eles explicitam tudo no meu lugar. Cantam minha vida em suas músicas.
E, ao contrário do que a letra diz, isso não me mata, mas sim me acaricia suavemente.
Mas também me traz de volta o nó na garganta, as palavras de sorte que eu engoli, as lembranças que continuam à minha porta.
Não tenho como esquecer agora. Não tenho como superar. Não quero, acima de tudo.
Mas também tenho consciência de que você está pisando no jardim de flores. E sim, elas morrem.
Vou rezar para que agüentem até a primavera.


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