Adoro julho. Adoro frio. Adoro inverno. Adoro ausência. Adoro.
Estou feliz. Pode não parecer pela falta de conjunções. Pelos períodos curtos.
Mas estou, e com sorte.
Medo de que acabe...
Estou a um minuto de saber, esse é um post em tempo real.
Tempo prolongado pela discagem,
pela janela do bloco de notas,
pelo meu medo.
Medo não, pavor.
Respiro.
Mais uma piada. Mais uma.
Não sei quanto mais eu agüento.
Navego através do tempo, das páginas viradas. Respirações. Sussuros de nada ao pé do ouvido.
Tantas garras, agarradas. Desespero no olhar, no prazer dor intensos.
Às vezes penso que me faltam vírgulas, mas não falta nada.
Eu me preparo a cada dia para o que está por vir, o não-saber que nasce do meu desinteresse. Alguém me liga, sei quem não me liga, ligo para todos sem ligar. Minha doçura ao telefone, memórias, memórias, passados risonhos e rosados. Linha de sonho fulgurante. Brilho no olhar.
Mensagens que vêm e vão, voam, passarinhando pelo olhar refletido na tela.
Uma formiga.
As teclas vão carregando as palavras ainda não ditas e que sei ficarão apenas na ponta dos dedos, querendo saltar ao mundo, viver. Mãe que é mãe não deixa filho abandonar a casa, põe debaixo do braço-asa.
Um frio. Frio do medo à espreita e das crases querendo fugir.
E essa dor infindável que nunca acaba; espiral de dor, que se alimenta, cresce, expande. Esse realmente é um post vivo, vale pelo mês, foi se ampliando com tudo que recebeu do meio. A verdadeira emoção dos altos baixos tristes belezas. Não consigo mais sentir, anestesiada, meio morta, displicente. Deixa o fogo, deixa a labareda, sobra a cinza. Cinzas de mim, cinzas de passado, voando, caindo sobre mim como chamas ainda vivas. Que dor. Não posso escrever o quando cada minuto arranca uma parte de mim, o quando de gritos ainda restam por ouvir. O quanto, quando, quando? Não há mais explicações, ou perguntas a fazer. A fuga sempre. A fuga dos acorrentados que não fogem. É tudo sobre ela afinal, nao é? Sobre a partida que está sempre no horizonte, sobre a cura que nunca deveria ter chego.
Adeus, adiando, adeus. Parece loucura. Ou é.
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