A noite estava escura, mal dava pra enxergar o caminho. Foi quando eu também não senti o chão, apenas uma queda vertiginosa, um precipício perdido no espaço. Chegou logo ao fim. Não quebrei as pernas, não fiquei apavorada - alguns arranhões, mas estava bem. Mais escuro que a noite estava aquele lugar, mantinha meus olhos fixos a frente, com medo de olhar para baixo e descobrir o que eram aquelas coisas frias que andavam sobre meus pés nus. Lógico que eu não veria nada naquelas condições, mas na escuridão total o olho da mente se dilata ao máximo, e começamos a enxergar o que o inconsciente sempre quis esconder. E é exatamente isso que eu não quero e não vou ver, e nada vai me convencer do contrário.
Portanto,
nem tente.
(Sim, tudo isso foi uma metáfora absurda. Mas, e daí?)


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