Quando comecei a sentir aquele calor estranho, quase não acreditei que um raio de sol poderia estar finalmente penetrando a infindável escuridão que existia, mas era verdade. E logo em seguida vi que teria que fazer a minha escolha, agir, pois é a minha vez de movimentar as peças desse jogo. Nem sei como fiz isso, alguma coragem que não tinha sido totalmente consumida, o fato é que eu dei o primeiro passo dessa jornada e agora só me resta continuar seguindo em frente, sem deixar que ninguém tente me derrubar novamente. Bom, que tentem me derrubar eu não posso evitar, mas desta vez eu não vou cair, ha, não mesmo. Le Grand Retour... fazendo um paralelo estranho mas que não sai de forma alguma do assunto, hoje vejo claramente que "O Grande Retorno" não era um plano de Althena, e muito menos o ritual que consagraria a verdadeira Noir. Na verdade, Le Grand Retour era a volta de Mireille e Kirika para o seus respectivos passados, quando o Omega volta a encontrar o Alfa, quando o símbolo do infinito se encontra em si mesmo. Passados em geral são como cadáveres que você oculta dentro do armário. Lá eles ficam, apodrecendo escondidos, e lá são esquecidos, pois só de chegar perto da porta já se sente o cheiro nauseante. Só que eu abri a porta. Abri e agora não tem mais volta: ou eu me livro do cadáver de vez ou aquele cheiro podre vai estar para sempre em mim. É verdade também que estou otimista demais, e as minhas raízes escorpianas não param um segundo de tentar me puxar de volta ao meu realismo contundente, mas desta vez eu vou transcender e vou continuar, mesmo que isso signifique uma nova frustração. Um dia as máscaras iam ter que cair, não? De qualquer forma, há algo pior que continuar inerte?


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