Um balanço de final de ano antecipado

Depois que essa turbulência passar e o inevitável tiver acontecido, os trens caminhado sobre seus trilhos, o que me resta?
Acho que nada. Se há angústia, ela só me atormenta por causa das presenças, mas, mesmo assim, é algo mais meu que seu, muito mais meu de que de qualquer outrem que interrompa minha vida. Sabendo disso, como é triste não poder culpar e perseguir...! Tenho que aceitar meu saber sobre esse vazio, aqui o que existe é o estranhamento e a divergência. Por ser assim me faz insistir, mas por ser assim me priva até do privilégio de sofrer.
Do outro lado fica a indiferença, barbataneando entre o limbo da minha consciência, naquela região onde não posso compreender seus movimentos. Esse sim me cansa e aprisiona, libertando-me de todas as amarras enquanto gostaria de estar presa. Sabemos onde. Minha vontade é não ir, mas sei que vou, irresistível seus caprichos, irresistível tudo naquele mar onde nada. Forte sempre. Aqui, fraca.
Eu retorno ao nada, tomando rumo em direção a um lugar rarefeito, em que não existe o existir. Meu espírito quer mudar para Cittàgazze.


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